Baia
Quinta – 12/07/2012
Studio SP – Vila Madalena
Rua Inácio Pereira da Rocha, 170
Entrada $20 / Lista $15
Porta 21h Show 22h
Ele não vai pegar leve. Passou pela escola do iê-iê-iê realista de Raul, passou pela escola da densidade psicológica de Dostoievski, pela escola Bob Dylan, com suas letras expansivas e visionárias, passou por essas e outras célebres escolas sendo sempre seu melhor e antiexemplar aluno: soube aprender e sair delas, pois a verdadeira função das escolas é deseducar, abrir a possibilidade de o sujeito se tornar, finalmente, um analfabeto, como diria de si mesmo Tom Zé – aliás, outra de suas escolas.
Deseducado, analfabeto: criador. E aí pode-se dizer que há um artista. O artista Baia é uma combinação desses e outros artistas, e ao mesmo tempo é irredutível a cada um deles. Com Raul, ele aprendeu que o rock pode ser a “melhor música pra se dizer um monte de coisas”; é, como Raul e toda a tradição barroca da Bahia, excessivo; e crítico, irônico, observador mordaz dos estranhos valores da nossa sociedade de consumo. Como Bob Dylan, além do timbre anasalado, ele tende à prosa: gosta de narrar, suas letras parecem querer transbordar a melodia. E, como Tom Zé, sabe contar estórias como ninguém, tem um talento delicioso para o humor, tem o timing cômico de um verdadeiro ator.
Mas Baia, como eu disse, é tudo isso e nada disso. É uma outra coisa que só ouvindo ou vendo, mas a gente pode se aproximar mais um pouquinho. Ele canta o amor ao avesso: a mulher que tem ciúmes até do cachorro que o lambeu, que quer que ele se lembre até do que ela se esqueceu de lhe dizer, a outra que quer corrigir sua vida com caneta vermelha, quer arrancar suas páginas e tem mania de colocar pingos em ipsilones. Ele canta Deus a torto – o vazio da “falta de Pai eterno” – e a direito: “em tudo o que há, Ele é”. “Agora é a hora da falácia”, ele diz, iniciando seu show, como num antiapocalipse.
A inteligência e o rock. A comunhão, que reúne, e a ironia, que separa. Os shows de Baia, quem já viu sabe do que estou falando, são festas para Apolo e Dionísio, ritos para a cabeça e o corpo. Depois da trajetória com os Rockboys (banda em que tocava o guitarrista e talentoso compositor Tonho Gebara, parceiro de Baia em algumas de suas melhores canções, e lamentavelmente falecido no começo desse ano), Baia tem intensificado as parcerias com Gabriel Moura, ex-Farofa Carioca e um dos melhores compositores da sua geração. Soma de forças que vem rendendo canções vigorosas e precisas, como “Fulano” e “Tu”, respectivamente, entre outras. Dono de uma trajetória que já conta com quatro discos, inúmeros shows e um público fiel, Baia está a ponto de bala, com a faca e o queijo na mão
. Às suas canções mais conhecidas, como “Na fé”, “O comedor de calango e o gerente da multinacional”, “Eus”, “Bicho homem”, “Baia e a doida”, têm se juntado novas composições – como as acima citadas “Fulano”e “Tu”, além de “Habeas corpus” e “TV Cultura”, que ainda não foram gravadas, mas já vêm sendo apresentadas em seus shows – que prometem um belo novo disco. “Agora é a hora da falácia”, ele anuncia. Mas a verdade é que esse cara é bom – e não é candidato a nada.
Surgido pela primeira vez em 1888, no Gazeta de Notícias, O Ateneu é um dos romances mais curiosos da Literatura Brasileira, pois escapa a qualquer classificação rígida de periodização literária.
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Iniciei meus estudos musicais em 1998 ao ingressar no Coral da Universidade de São Paulo sob regência da maestrina Marcia Hentschel. Lá iniciei meus estudos de percepção e iniciação ao canto com os professores Roberto Rodriguez e Baldur Liesenberg, respectivamente. Ingressei no Coral Jovem do Estado de São Paulo em 2001 onde atuei durante 6 anos e na Universidade Livre de Música – ULM em 2003, no curso de canto lírico com a professora Lenice Priolli, onde desenvolvi repertório cameristico. Após deixar a ULM, passei a fazer aulas particulares com a professora Isabel Mareska, onde comecei a montar repertório operístico. Atualmente faço o 2°ano de Canto Lírico na Universidade Cruzeiro do Sul e aulas particulares com a professora Eloísa Baldin do Coral Lírico do Teatro Municipal. Com ela tenho trabalhado a técnica do Bel Canto voltado a ópera.. Sob sua tutela, participo ainda do GEO – Grupo Experimental de Ópera. Obs.: Bruno Félix e Michael Pupo se apresentaram pela segunda vez, e seus currículuns estão anexados abaixo.
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